terça-feira, março 30, 2010

"O Cavaleiro dos Ferros Impossíveis!"

Encerrando as comemorações dos 25 anos de Alternativa do cavaleiro tauromáquico Rui Salvador, decorreu no passado dia 13 de Março, na Quinta do Falcão, o lançamento do livro: “O Cavaleiro dos Ferros Impossíveis”.
Para além do maravilhoso jantar, a tarde foi passada no Tentadero, com a apresentação da quadra de cavalos para a temporada de 2010 e lide de um novilho da Ganadaria José Salvador.




O Espírito do Pátio esteve presente... Como já tinhas tantas vezes dito que estariamos! Como tu adoraste o livro... Como tu adoras o Rui... Como tu sempre vibraste com o seu toureio, com os cavalos novos, com os "ferros impossíveis"!!! Senti que lá estavas nesse dia, como sei que estarás comigo quando voltarmos à Praça para "ver o Rui"!




Parabéns Rui!
SORTE!

domingo, março 28, 2010

SOCORRO!!!!

Hoje houve alguém que carinhosamente me perguntou como tenho passado. Como habitualmente, e acho mesmo que já instaurei esta frase no meu vocabulário diário, respondi. “Vou andando!” Porque esta é a verdade. Vou andando. Nem depressa, nem devagar. Uns minutos melhores, outros piores. Mas vou andando. Que remédio! De qualquer das formas, na maioria das vezes, não vale a pena explicar. Porque se digo como realmente me sinto, a reacção é muitas vezes catastrófica!

Hoje passou-se exactamente isso. E ouvi, uma vez mais: “Mas já devias estar melhor!” Fascinante!!! O que sentimos não importa, parece-me hoje em dia. E também não é aceitável que cada um de nós tenha um sentir diferente...

Mas muito melhor do que esta resposta de hoje, são coisas do género: “Então? O que queres agora? Tens de andar para a frente!!!”

Olhem, para os que me dão estes maravilhosos “conselhos”, muito, mas mesmo muito obrigada! Estarão no meu coração “para todo o sempre”! Chiça!!! Eu não quero nada! Eu nem sequer vos pedi ajuda! Nem fui eu que comecei a conversa... Vocês é que perguntam como é que eu estou, com aquele ar piedoso. Para logo de seguida me dizerem que “com o tempo tudo passa” e que não posso “viver assim para sempre”... Mas passa como??? E viver assim como??? Triste? Sinto que brevemente vou passar a dizer: “Estou sensacional!”

Então é aqui que se baseia o meu pedido de ajuda.

Nestes 5 meses tenho-me apercebido que deve existir algures, talvez escondido numa gruta ou num qualquer sitio ermo, o maravilhoso, e pelos vistos indispensável para pessoas como eu, “Manual de Viúvas”! Já tinha lido qualquer coisa sobre ele no livro “P.S.- I Love You” mas pensei que era ficção. Hoje acho que ele deve ser mesmo real e dou “alvisseras” a quem mo trouxer. Porque é aí que eu vou encontrar a solução para todos os meus problemas, de certeza.

Para quem eventualmente já o tenha lido, passo a citar algumas das informações que preciso saber com urgência...

1º) Qual é o tempo certo para deixar de chorar, depois do amor de uma vida ter partido? Deve haver um truque qualquer para extreminar de forma radical este nó permanente na garganta que não me dá tréguas há 5 meses, quando a vida que eu escolhi viver acabou (Ai, desculpem, não acabou nada porque eu sou nova e blá, blá, blá... Mas a questão da juventude que devo transpirar por todos os poros, deixo para analisar num ponto mais à frente porque merece um tratamento VIP. É mesmo uma questão importante, pelo que me parece!). Então peço, por favor, que me digam se já estou na altura exacta para deixar de chorar, de eliminar da minha vida esta tristeza profunda! É que sinto-me um “pequeno alien” sempre que alguém me diz: “Não podes estar a chorar” ou “Estiveste a chorar?”, com o ar mais indignado do Mundo. Mas será que eu não tenho motivos para chorar? E quando me estou a rir, alguém me diz para não o fazer???

Como tal, acho mesmo que eu é que estou mal nesta história... Porque apesar do meu Edmundo ter partido, eu não posso chorar porque deve fazer algum tipo e mal à pele!

2º) Preciso também de saber quando tenho de deixar de ter “mau aspecto” e devo engordar. Porque são comuns as tais frases animadoras e carinhosas que dizem: “Como é que te deixaste ir assim abaixo?” ou “Ai filha, fizeste-te tão velha!”(mas afinal não sou tão jovem???). Também é diário ouvir que “qualquer dia desapareces de tão magra, não pode ser!” LIVRA! Mas será que acham que fiz de propósito??? Quando vi o meu amor cair, pensei: “Agora vou ficar feia, velha e magra!” Eu só peço que me deixem viver com o meu querido “mau aspecto” porque, de certeza, ele continua a gostar de mim assim!

Mas depois convenço-me mesmo que deve estar perto da altura de começar a “melhorar” (seja lá o que isto for...), porque se visto uma roupa diferente ou se ponho uns brincos, dizem-me logo com um ar triunfal de quem tinha razão desde o início: “Já estás melhor!” Fixe! Que bom estar tão “melhor” por fora e tão “na mesma” por dentro! Também há quem queira tanto que eu esteja a cumprir o prazo do “estar melhor”, que os seus olhos aumentam-me... E dizem: “Já estás mais gordinha!”, apesar da balança não ter tanta certeza. Mas antes desta minha nova condição, era exactamente ao contrário: “Estás mais magra. Mas estás melhor assim. Tiveste uma fase muito forte e não te fica bem!” Que confusão! Mas será que alguém se entende sem o dito “Manual”???

3º) A idade de se ficar sem o nosso companheiro, amor, amigo, tem assim tanta importância?? É aqui que eu quero tirar as dúvidas em relação ao eu “ser nova”. Não é suposto sofrer na minha idade? Se tivesse mais 20 anos, seria diferente? A única diferença que encontro, e digam-me se estiver enganada, é que certamente já teriamos realizado o sonho de ter um ou mais filhos. E penso eu, talvez esteja errada, seriam esses seres tão preciosos que teriamos concebido com todo o nosso amor, a minha única motivação, o meu objectivo de vida. Estarei enganada? Fico confusa... Até porque já cheguei a ouvir as coisas mais aberrantes. Uma vez disseram-me: “Vocês nem tinham filhos nem nada. Tens de esquecer!” ESQUECER??? Alguém me arranje uma pistola para dar um tiro no meio dos olhos de todo o ignóbil que pensa, e pior, diz uma estupidez destas!
Ou então expliquem-me: Uma pessoa nova não sofre? Não chora? Não grita em desespero? Não perde os sonhos da sua vida, ainda pouco vivida? Não fica sem chão quando vê partir a pessoa com quem escolheu envelhecer, a sua companhia e o cúmplice para toda a vida? A idade não é relevante para uma vida repleta de momentos bons como nós tivemos? Então eu estou a fazer tudo errado... O que é que eu faço? Esqueço, assim sem meias medidas? Convenço-me a mim própria que sou jovem, linda, maravilhosa e procuro desesperadamente uma companhia???
RAIOS OS PARTAM!!! Não terei eu o direito de escolher o que fazer daqui para a frente? Ai não, porque no “Manual” deve dizer algures quanto tempo podemos estar sozinhas, qualquer coisa do género: “A partir dessa data exacta, tens de te deitar com o primeiro que aparecer. Parece mal continuares com a vidinha mediocre dos que vivem sem ninguém, não podes ficar para tia!” Ora bolas! Logo agora que eu tenho uns sobrinhos maravilhosos, que o meu amor me deixou, e que amo com muita força!!!

É essa parte que tenho mesmo medo de ler no “Manual”. O que será que acontece se não cumprirmos os “prazos”? Excluem-nos da Sociedade? Transformamo-os definitivamente em E. T.s? Por favor, peço a todos, sob o risco de um dia destes me tornar violenta, que não me voltem a dizer que sou muito nova... Porque isso depende do ponto de vista. O Edmundo também era jovem demais para partir, e a verdade é que partiu! Se sou jovem demais para ficar sozinha, é um assunto que só a mim me diz respeito! Até porque não estou com paciência para pensar no que “devo fazer”, no que me “faz mal”.... Tentei toda a vida fazer tudo certo e ganhei o quê? Uma viagem alucinante ao Mundo dos que Perderam o Rumo! Muito obrigada, mas preferia não viajar nunca mais! Podiam ter-me dado só um LCD ou um Plasma para ver muitos filmes aninhada no sofá e o meu bicho a adormecer no meu colo (e eu a ralhar pelo ressonar que hoje me faz tanta falta!).

4º) Quando devem as viúvas começar a vestir vermelho, amarelo ou cor de rosa? Porque me parece que agora toda a gente decidiu não gostar do Preto! Antigamente, lembro-me de vestir, por exemplo, um vestido preto para uma festa e ouvir elogios de como estava bonita e elegante. Mas hoje não! Perguntam-me porque estou vestida de preto. Mas alguém antes me perguntava porque estava vestida de laranja ou verde??? Será que a partir de certa altura do nosso amor partir, é uma ofensa a alguém andarmos com roupa preta? Eu começo a ter receio de ser mesmo falta de educação ou qualquer coisa parecida...

Mas agora levanta-se outra questão, que acaba por servir para todos os pontos anteriores... Se no dia que sentir vontade de vestir um vestido azul, será que não vão sussurrar (sim, porque isso não me vão dizer a mim), coisas como já ouvi dizer de outras pessoas: “Olha, já não anda de luto!” ou então, “Vês? Eu não dizia? Coitadinho de quem morre... Qualquer dia arranja outro!”
A verdade é que estou-me nas tintas para todos! Eu vou vestir sempre o que me apetecer, fazer o que tiver vontade... A menos que o “Manual” me convença do contrário!

Bem, a lista e dúvidas prolongar-se-ia por mais umas quantas linhas mas acredito que já se tenham perdido com tantas perguntas. Ficam apenas as minhas dúvidas mais relevantes.

E agora só peço a quem nunca fez parte da minha vida, mas que agora parece saber tudo sobre mim e sobre os passos que devo dar, que se expliquem... Digam-me como consigo fazer tudo o que me sugerem.

Aos que não têm essas respostas: DEIXEM-ME EM PAZ!!!

Para acabar, só umas palavras para ti, Bicho...

Eu sei que não gostas de me ver chorar... Que odeias a roupa preta... Que não gostas que eu vá ao cemitério (nunca gostaste de lá ir, dizes que não é lá que as pessoas estão!)... Desculpa-me por fazer tudo ao contrário! E continua a ajudar-me a sobreviver porque essa ajuda tem sido preciosa... Em mim, viverás eternamente!

AMO-TE PARA SEMPRE!

segunda-feira, março 08, 2010

Jantar de Gala na Poisada do Campino!


















Todos os dias dou comigo a pensar que tudo isto não é possível... Como é que pode ser? Tu? Não, tu não!

Continuo à espera... À espera que voltes... A toda a hora, dentro de mim tenho uma angústia, uma ansiedade, como têm os que esperam o dia da chegada dos que amam! Como se um dia destes te fosse esperar ao aeroporto... E lá vens tu, sorridente, a olhar para mim! Depois lá volta à minha cabeça a realidade de que não vais voltar... E então espero o dia que serei eu a ir ter contigo! Chamem-me tonta, louca, o que seja, mas não consigo evitar sentir isto! Eu sei, eu sei, não é isso que esperas de mim.

Choro. Choro por saber que faço tudo ao contrário do que tu queres. As lágrimas, a angustia, o desespero, a vontade de não fazer nada, a falta de vontade de comer os nossos petiscos, a recusa de montar a cavalo... Tudo ao contrário! Desculpa! Mas não estou a conseguir. Pela primeira vez não minha vida eu digo: NÃO CONSIGO! Não sem ti...

Sinto-me vencida! A vida venceu-me! E por mais que eu tente, e por mais que enfrente o acordar todos os dias, quando penso no tempo que ainda terei de viver sem ti, é como se o corpo não quisesse reagir, como se essa ideia me esgotasse todas as forças!

Mas prometo-te mais uma vez, bicho, eu não vou desistir! Eu sei aquilo que queres. Aquilo que pensas. Aquilo que queres que eu faça. A toda a hora oiço a tua voz e vejo a tua forma de estar na vida. Afinal, ao fim de tantos anos, de tanto amor, não preciso que me digam o que devo fazer.

E foi por ti que fui ao Jantar de Gala na Poisada do Campino. Só por ti. Porque não quero que te esqueçam. Nunca!

“O ano passado perdemos um amigo. O Edmundo era incansável e deixou saudades”, disse o António José Matos, presidente da Poisada do Campino.

Saudades. Tantas que até me falta o ar!

No Montijo...

No passado dia 14 e Fevereiro, o Espírito do Pátio esteve no Montijo com dois carros de cavalos que passearam os namorados (e não namorados!)...

Um dia cinzento, frio... um dia difícil... Mas nós estivemos lá!!!