sexta-feira, janeiro 21, 2011

A Golegã...

Há um ano atrás prometi-te que lá voltava com o Néctar... «E juro-te, Bicho, ele ainda lá vai voltar... À nossa Golegã! “O meu Néctar engatado a entrar na Manga da Feira, até faz poeira!!!”, dizias tu.»

Voltámos lá, Bicho! E tive a certeza absoluta que também tu lá estavas. Não fazia sentido de outra maneira. Alguma vez na vida tu me deixavas ir sózinha com o teu Néctar??? Nunca! E também sei que ficaste ainda mais orgulhoso de mim...

Uma vez mais hesitei. Hoje em dia já estou habituada a estas minha dúvidas... Habituada a não saber o que fazer. Habituada a tomar decisões sem ouvir a tua voz. Só não estou habituada a estar sem ti, isso não! Porque nunca te senti longe... E até consigo sentir as tuas mãos nos meus ombros a indicarem-me o caminho. Sou feliz por acreditar. Sou feliz por continuar a sentir o teu cheiro, a lembrar o teu olhar, a ouvir a tua gargalhada!

Da hesitação à certeza foi tudo muito rápido. Naquele dia eu tive a certeza: “Eu vou! E levo o Néctar!”. Senti um frio no estômago, as pernas tremeram... Tive medo, tive mesmo medo de ir! Corri para o Pátio e contei ao Néctar a minha decisão... Nem esperei um sinal de resposta... Eu tinha a certeza que também ele sabia que tinha de lá voltar! Como disse alguém, “o Néctar é um Senhor!”, e ele havia de saber o que fazer quando lá chegasse.

Não fiz preparativos. Não elaborei as ementas. Não preparei os trajes, nem os arreios. Nem tão pouco senti aquela agitação que era habitual. Apenas me limitei a convencer-me de que iria! E no dia combinado, carreguei a sela, o traje e o teu Néctar!

Não sei como descrever aqueles dias... Foi tão diferente, Bicho! Os locais eram os mesmos, as pessoas eram as mesmas, os cheiros, o frio, tudo igual... mas não conseguia ver-te! Mas quando me encostei à manga pela primeira vez, tu estavas ali mesmo ao lado, como em todos os anos que lá fomos!

Fazendo um balanço final, foi bom lá voltar! Muito bom mesmo! Não há nada melhor na minha vida do que reviver os momentos, rir das histórias e fazer aquilo que eu sei que tu mais gostas. Ir à Golegã foi a certeza de que continuas em mim, que é eterno o que me ensinaste, que afinal ainda tenho muito a fazer por ti... Para que em mim a tua memoria viva eternamente! Sei que as pessoas se lembraram de ti. Senti muito carinho de tanta gente... E ficou gravado na minha cabeça a voz de uma pessoa que encontrei numa das ruas da Vila quando andava a montar o Néctar: “Olha o Néctar!”. Toda a gente o conhece, Bicho! “É o melhor cavalo de Portugal”, dizias tu. E até talvez tenhas razão... É o Teu Néctar e não conheço nenhum igual!

Não vim de lá triste, como de costume. Para ser sincera, já estava mesmo cansada da Feira. Voltei feliz! Foi bom estar com os amigos... Rimos. Conversámos. Bebemos. Chorámos. Falámos de ti tantas vezes! E brindámos! Ao Espírito do Pátio, à Amizade Verdadeira e, principalmente, A TI! Sim, meu amor, porque sem ti não estariamos ali todos novamente!


























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